terça-feira, 24 de abril de 2012

O 25 de Abril de 2012


Goste-se ou não se goste, simpatize-se ou não se simpatize, com Vasco Lourenço e a sua "Associação 25 de Abril", com Mário Soares ou com Manuel Alegre, a verdade é que a recusa de um ex. "capitão de Abril" e ex. membro do Conselho da Revolução, de um ex. presidente da República (entre muitas outras coisas), e de um ex. deputado e ex. antifascista, em participar nas cerimónias oficiais do "25 de Abril" são decisões nunca vistas na história do regime saído da Constituição de 1976. Têm, por isso, um significado  Não tanto por alegadamente serem estas ausências provocadas pelas más "políticas" do Governo, mas por se suspeitar cada vez mais que, para o dito Governo, como para a maioria PSD-CDS, a Constituição da República, e aquilo que ela significa e simboliza na defesa dos direitos, liberdades e garantias dos cidadãos perante os abusos daqueles que os governam, pouco ou nada significa. Ou seja, as ausências serão sentidas e pesadas por muitos portugueses, da esquerda à direita, por ser muitos cada vez mais evidente que o Governo está disposto agir ignorando os limites que a lei, e já agora a moral, indiscutivelmente lhe impõem. Podemos assobiar para o lado, mas é isto que está em causa.
Cabe agora perguntar se serão o Governo e a maioria parlamentar, além de muitas minorias de interesses que por aí se movimentam, e quase todas elas ilegítimas, capazes de perceberem os porquês e agirem em conformidade. Ou será que vão continuar a acreditar, ou a fingir que acreditam, que os portugueses tudo aceitam mansamente por toda a eternidade?

Sem comentários:

Enviar um comentário