segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Dois mil milhões: como fazer?


O excedente de dois mil milhões de euros encontrado no orçamento do Estado de 2011, alimentado com a transferência dos fundos de pensões da banca, e que o Governo irá utilizar para saldar dívidas, quer dizer ao menos duas coisas. A primeira, é que mais uma vez o primeiro-ministro mentiu. E desta vez mentiu quando disse que não havia alternativa à taxação extraordinária dos subsídios de Natal de 2011. Porém, e infelizmente, a mentira tornou-se rotineira na vida política portuguesa, estando muito provavelmente para nascer, se é que alguma vez nascerá, um primeiro-ministro que não minta, ou ao menos não minta razoavelmente, aos portugueses. A segunda é que, uma vez que o Governo vai usar os dois mil milhões de euros excedentários para pagar dívidas do Estado e, portanto, injectar alguma liquidez numa economia que dessa liquidez tão necessitada anda, convém que o mesmo Governo esclareça muito bem quais são os critérios que vai/irá utilizar para saldar algumas dívidas e não outras. Se não o fizer, isso significa que as dívidas serão pagas de acordo com critérios exclusivamente político-partidários, havendo, por exemplo, o risco de poderem ser ajudadas empresas próximas do CDS e do PSD, ao passo que outras, sem partido ou com outras filiações político-partidárias, poderão ficar de fora deste autêntico bodo aos pobres que saiu dos bolsos das classes médias que, em geral, não tem filiação partidária.

Foto daqui.

Sem comentários:

Enviar um comentário