Apesar de no século XIX Portugal ter tido um rei alemão, D. Fernando II, marido de D. Maria II, desde 1871, ano da proclamação do II Reich e da criação da Alemanha unificada sob a batuta de Bismarck, Portugal nunca teve um Governo política e ideologicamente "germanófilo" (desenganem-se aqueles que pensam que Sidónio Pais e o Sidonismo em 1917-18, ou Salazar e o Salazarismo entre 1933 e 1945, foram "germanófilos"). Digo-o convictamente apesar, ou por causa, de praticamente ninguém no Governo, começando em Passos Coelho e em Paulo Portas e acabando em Miguel Relvas, ser incapaz de ler e perceber, por exemplo, qualquer tablóide alemão. As consequências das germanofilia governamental, partilhada, aliás, por muitos portugueses que muito, pouco ou nada têm a ver com o Governo, são evidentes para todos. Aceitação de uma perda crescente e incondicional de soberania para satisfazer os interesses de Berlim. Empobrecimento acelerado de Portugal e dos portugueses pobres e remediados.
A venda de parte da EDP à República Popular da China não chegou, portanto, para quebrar a tendência e começar a vergar o inimigo que nos sufoca. Aguardam-se novos capítulos. Aqui e "lá fora".
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